sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Personalidade sob o Prisma Psicanalítico I


Em primeiro lugar, em nome do Grupo de Estudos Aplicados à Psicologia, peço desculpas pelo tempo sem publicações das discussões. É que estamos nos empenhando para tornar este espaço de diálogo muito mais atrativo e sedutor àqueles que se interessam pelo conhecimento da Ciência Psicológica. Dito isto, retomemos as rédeas de nossa evolução do conhecimento acerca da Personalidade. Para isto, o GEAPsi recorreu à Psicanálise com a finalidade de dar base às reflexões.
Freud nos presenteou com suas reflexões, afora o universo instrumental que a Psicanálise pode dar, os conceitos de Id, Ego e Superego (em português, Isso, Eu e Supereu). Estes, grosso modo, podem ser entendidos da seguinte maneira:

Isso - Instância orgânica basilar, caótica e primeira. Todos humanos nascem, já, com o Isso e o manifestam através das pulsões. É nesta instância que está a energia que impulsiona um comportamento, é lá que está o desejo. O princípio que o regulamenta é o Princípio do Prazer.
Eu - Instância que faz ligação entre as pulsões orgânicas do Isso e a realidade externa. Tem correlação direta com a Consciência. É o Eu, o que normalmente conhecemos de alguém. Por exemplo, normalmente as pessoas me percebem como alguém calmo. Mas manifesto este comportamento devido a pressões internas, do Isso somado ao que a realidade externa exige que eu seja.
Supereu - Esta, é uma introjeção do "não" e do respeito à autoridade, ambos aprendidos com profundidade na infância. Pode ser entendida como a "consciência" que o senso comum atribui. Faz referência ainda ao remorso, arrependimento e sentimentos do gênero, aqueles que podem limitar o comportamento de alguém.
Estas três instâncias, descritas aqui de forma bastante superficial, mas com o empenho de ser o mais claro possível, nos dá a possibilidade de compreender a formação da personalidade de forma mais interessante, pois altamente aplicável. Este trio de conceitos que aclaram a forma como a psique se manifesta, parece-me suficiente para explicar algumas peculiaridades do comportamento humano.

Vejamos as vantagens desta teoria:

  • Leva em conta fatores inatos, orgânicos na formação da psique;

  • Considera, através do Supereu, as vivências afetivas da infância como fatores de alta relevância;

  • Mostra que, apesar de fatores inatos somados ao ambiente, há o Eu que faz a "negociação" para satisfazer o Isso, mas respeitando o Supereu, evidenciando autonomia e responsabilidade nas decisões;

  • Admite que, acontecimentos atuais podem desencadear mudanças extremas no comportamento de um indivíduo.

Estes pontos são o que posso enumerar neste momento, entretanto sei que muitos outros pontos e discussões vão surgir a partir daqui. Fico por aqui, pois esta é somente a primeira parte do entendimento da Personalidade sob a ótica da Psicanálise.



João Lins.

Segundo Secretário

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