terça-feira, 30 de setembro de 2008

Personalidade sob o Prisma Psicanalítico II


Dando continuidade ao entendimento da personalidade sob a ótica psicanalítica, é importante enumerarmos, mais uma vez, que as instâncias básicas do segundo aparelho psíquico proposto por Sigmund Freud são Isso, Eu e Supereu. Outro acréscimo importante e que não citei anteriormente é que o primeiro aparelho psíquico proposto por Freud foi Inconsciente (Ics), Pré-Consciente (Pcs) e Consciente (Cs). Sobre o primeiro aparelho psíquico é importante tentarmos conceituá-lo:

Inconsciente - O Ics é um lugar onde se localizam pulsões e desejos, energia libidinal. Faz correlação direta com o Isso do segundo aparelho psíquico.
Pré-Consciente - O Pcs se constitui como uma instância provisória que abriga pensamentos, idéias. Por exemplo, pergunto a você: Com o que você tomou café esta manhã? Você irá recuperar dados e responder. Estes dados estavam no Pcs. Mas existem idéias que mesmo que você se esforce não conseguirá recuperar... Sabe aquela palavra que você fala "está na ponta da língua"? Pois é, ela ficou presa no Pcs e não conseguiu chegar ao Cs.
Consciente - O Cs faz correlação com o Eu do segundo aparelho psíquico. É o agora, onde estou pensando o agora, vendo, sentindo o agora. As idéias e pensamentos que penso raciocinando estão no Cs e vêm do Pcs impulsionados pelo Ics.

Um pergunta importante: para que Freud construiu dois aparelhos psíquicos?
O primeiro serve-nos para entender comportamentos como os que mencionamos acima, mas não é suficiente para explicar comportamentos outros como os psicopatológicos.
Vamos à frente...


Fig. 1


Este esquema simples nos servirá para compreender melhor o primeiro aparelho psíquico e nos dará base para comparações futuras. Note que no Ics existem elementos diferenciados e específicos. No Pcs existem elementos do Ics e do próprio Pcs somados e soltos. Já no Cs existem três elementos: do Ics, do Pcs e o que vem do exterior formando um terceiro elemento no Cs. Há dois componentes que devem ser esclarecidos: a barra de recalque e a linha de censura. A primeira está entre o Ics e o conjunto Pcs e Cs que pode ser chamado de apenas Consciente e serve para impedir que elementos do Ics cheguem ao menos perto do Cs. Assim que esses elementos do Ics (triângulos) chegam ao Pcs podem ou não se ligarem a pensamentos (quadrados). Na medida que se ligam, se modificam e adquirem maior possibilidade de chegar à Consciência. Caso esse novo elemento (triângulo + quadrado) não seja perigoso ao equilíbrio do Eu ele pode passar ao Cs. Mas se ele for perigoso, não irá passar e deixará uma marca que todos nós conhecemos, a angústia.
Por enquanto, nos limitamos a mais teoria para posteriormente entendermos como que se efetua a construção da personalidade...


Até a próxima... Dúvidas? Deixem comentários, enviem textos para publicação, etc. Participe!



João Lins.

Segundo Secretário.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Personalidade sob o Prisma Psicanalítico I


Em primeiro lugar, em nome do Grupo de Estudos Aplicados à Psicologia, peço desculpas pelo tempo sem publicações das discussões. É que estamos nos empenhando para tornar este espaço de diálogo muito mais atrativo e sedutor àqueles que se interessam pelo conhecimento da Ciência Psicológica. Dito isto, retomemos as rédeas de nossa evolução do conhecimento acerca da Personalidade. Para isto, o GEAPsi recorreu à Psicanálise com a finalidade de dar base às reflexões.
Freud nos presenteou com suas reflexões, afora o universo instrumental que a Psicanálise pode dar, os conceitos de Id, Ego e Superego (em português, Isso, Eu e Supereu). Estes, grosso modo, podem ser entendidos da seguinte maneira:

Isso - Instância orgânica basilar, caótica e primeira. Todos humanos nascem, já, com o Isso e o manifestam através das pulsões. É nesta instância que está a energia que impulsiona um comportamento, é lá que está o desejo. O princípio que o regulamenta é o Princípio do Prazer.
Eu - Instância que faz ligação entre as pulsões orgânicas do Isso e a realidade externa. Tem correlação direta com a Consciência. É o Eu, o que normalmente conhecemos de alguém. Por exemplo, normalmente as pessoas me percebem como alguém calmo. Mas manifesto este comportamento devido a pressões internas, do Isso somado ao que a realidade externa exige que eu seja.
Supereu - Esta, é uma introjeção do "não" e do respeito à autoridade, ambos aprendidos com profundidade na infância. Pode ser entendida como a "consciência" que o senso comum atribui. Faz referência ainda ao remorso, arrependimento e sentimentos do gênero, aqueles que podem limitar o comportamento de alguém.
Estas três instâncias, descritas aqui de forma bastante superficial, mas com o empenho de ser o mais claro possível, nos dá a possibilidade de compreender a formação da personalidade de forma mais interessante, pois altamente aplicável. Este trio de conceitos que aclaram a forma como a psique se manifesta, parece-me suficiente para explicar algumas peculiaridades do comportamento humano.

Vejamos as vantagens desta teoria:

  • Leva em conta fatores inatos, orgânicos na formação da psique;

  • Considera, através do Supereu, as vivências afetivas da infância como fatores de alta relevância;

  • Mostra que, apesar de fatores inatos somados ao ambiente, há o Eu que faz a "negociação" para satisfazer o Isso, mas respeitando o Supereu, evidenciando autonomia e responsabilidade nas decisões;

  • Admite que, acontecimentos atuais podem desencadear mudanças extremas no comportamento de um indivíduo.

Estes pontos são o que posso enumerar neste momento, entretanto sei que muitos outros pontos e discussões vão surgir a partir daqui. Fico por aqui, pois esta é somente a primeira parte do entendimento da Personalidade sob a ótica da Psicanálise.



João Lins.

Segundo Secretário

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Que pena..." ou "valeu a pena"?¹


Penso que valeu a pena cada momento de luta e conquista que o evento "Ver Psicologia" proporcionou. Quando valorizamos o aprendizado, parece que até os sacrifícios se tornam prazerosos... parece que o amor é uma componente imprescindível na produção intelectual, na construção científica. Arrisco afirmar que em nada teríamos avançado se não houvessem pessoas com amor pelo conhecimento suficiente para levantar esse monumento que é a Ciência. É, pois, assim que, como Segundo Secretário, posso afirmar que para aqueles que se empenharam, se superaram, colocaram as mãos na massa, valeu muito a pena. Foi aprendizado, foi diversão, foi conhecer-se mais, conhecer mais a profissão de psicólogo/psicóloga, conhecer mais os colegas estudantes. Foi acréscimo, sem o mínimo de dúvida! Mas resta algo... há quem tenha que pronunciar a frase "que pena...". Aqueles que, obviamente, não se permitiram manusear a massa do conhecimento, que não aprenderam a amar o conhecer (uma pena...), que não viram possibilidade de se divertir com essa luta prazerosa: Que pena! Fico triste por este lado, mas divirto-me ao saber que cada um segue o caminho que mais condiz com a sua personalidade, com o seu perfil, com o conteúdo de sua psique. Para nós, desejo sucesso em tudo que pormos as mãos, que nosso esforço seja reconhecido, que nosso trabalho seja valorizado... mas que, acima de tudo, façamo-nos por merecer.

________________

¹Estes termos foram retirados da peça teatral "Culto a Baco", que foi apresentada pelo grupo TRIBO, de Buerarema, Bahia, onde, ao final da apresentação dos atores, a platéia era convocada. Aquele que segurava uma pena deveria recitar um poema, mas antes era necessário responder: "uma pena ou vale a pena?"

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Fazer Psicologia é Compreender o Ser Humano em suas Múltiplas Dimensões


Como dito no post abaixo, o dia 27 de agosto é o dia do psicólogo. Em comemoração a este dia o GEAPsi, junto com o 6º semestre de Psicologia da FTC/Itabuna promoveram o evento "Ver Psicologia". No período da manhã a Coordenadora do curso de Psicologia, Rosane Magalhães, fez a abertura do evento juntamente com o Diretor Geral da FTC/Itabuna, o Prof. Cristiano Lôbo e a Diretora Acadêmica, Raildes Pereira. Logo em seguida, a Profª Lêda Barreto deu continuidade ao evento com a palestra "A Psicologia e o Hospital", mostrando a importância do profissional de Psicologia no ambiente Hospitalar. Depois as colegas Alziane Santos, Daiane Ribeiro, Mariane Gois, Milena Esteves e Laís Mimoso apresentaram o trabalho realizado na "BRINQUEDOTECA TIA LÊDA" que fica no CEMEPI (Centro Médico Pediátrico de Itabuna), apresentando vídeos e fotos dos trabalhos realizados. Na seqüencia a coordenadora do Conselho Regional de Psicologia (CRP3) e ex-aluna de Psicologia da FTC, Ana Íris, esclareceu diversos pontos no tocante à atuação do Conselho junto aos profissionais de Psicologia, evidenciando a importância da emissão da carteira do "CRP" para a legalidade do profissional. Nós do GEAPsi, finalizamos as atividades matutinas mostrando o trabalho realizado pelo grupo aos demais colegas. Para este feito, Amanda Falcão, Gênesson Honorato e João Lins apresentaram este blog aos colegas e professores que ficaram felizes com a iniciativa do grupo, e já querem fazer parte da equipe. No período da tarde, a professora de Nutrição Andrea Spier com o tema "Transtornos Alimentares" falou da relação intima entre a Psicologia e a Nutrição. Em seguida o Professor de Educação Física, Antonio Medina falou da relação Psicologia e esporte com a palestra "Interdisciplinaridade". O professor enfatizou os jogos Olímpicos como exemplo vivo da relação Psicologia-esporte. A noite foi maravilhosa com a participação do grupo de teatro TRIBO, de Buerarema, com o espetáculo "CULTO A BACO"; depois, fechando as atividades, o músico Cristiano Reis.


Gênesson Honorato
Primeiro Presidente

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Projeto "VER PSICOLOGIA"




O dia 27 próximo é o dia do psicólogo, e o GEAPsi não poderia deixar passar em branco esta data tão significativa para nós, e para todos os apaixonados pelo estudo da Psicologia. Depois de muita deliberação sobre o que fazer neste dia, elaboramos o projeto “VER PSICOLOGIA”. O projeto tem por finalidade mostrar que: O curso de Psicologia é um excelente curso da área de saúde que oferece aos seus discentes uma formação acadêmica abrangente. Isto, por possuir na sua grade curricular conhecimentos de áreas afins como Farmácia, Sociologia, Antropologia, Neuroanatomia, Neurofisiologia, dentre outras. Apesar da sua riqueza teórica, é um curso conhecido superficialmente. Isso se deve, principalmente, à pouca disseminação de informações acerca da prática do Psicólogo(a).


Gênesson Honorato
Primeiro Presidente

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O Terceiro Elemento


Note que o "3" possui em si o "2" e o "1", mas numa dinâmica tão particular que faz desaparecer os dois anteriores


As discussões ocorridas no GEAPsi têm sido a semente perfeita que fertilizou o solo de minhas reflexões. Há tempos que não tenho a chance de refletir com profundidade... até a pouco tempo atrás. Pois bem, o GEAPsi existe e persiste principalmente fora dos dias marcados de reunião, os momentos de conversa e construção fora de uma sala. Foi um destes momentos que me levaram a pensar, a partir do posicionamento de Itamar, abaixo, que: se o Ambiente ou a Genética, ou ainda, "Genética + Ambiente", determinam a formação da Personalidade, então não há culpabilidade para qualquer crime - pequeno ou hediondo; afinal, é a Genética ou o Ambiente, ou ambos, que fizeram do indivíduo o que ele é. Mas convenhamos, essa é uma afirmação que incomoda e faz-nos pensar com bom senso: "Então os criminosos não têm culpa?!" Foi exatamente este bom senso que me levou a refletir sobre o seguinte ponto:
Sim, há Genética. E sim, há o Ambiente. Eles interagem? Sim, certamente. Mas a personalidade é a soma dos dois fatores? Não! A personalidade é um terceiro algo, não somente "P=Fi + Fm"; é um "A + B = C", não "A + B = AB". Este terceiro elemento é o sujeito - que é um algo não espacial, atemporal, caótico e paradoxal. É um terceiro elemento por que não pode ser simplesmente localizado, como um fator do Ambiente ou um determinado gene; não pode ser determinado no tempo físico, pois o tempo psíquico é dependente do que nos afeta, nos causa afeto, afetividade; não possui padrão facilmente detectável, é aleatório, caótico; e pode ser e não ser ao mesmo tempo - como o antagonismo amor/ódio tal qual dois lados de uma mesma moeda, são uma só e mesma coisa, ainda que contrários.
Mas o que é tudo isto? O sujeito em sua autonomia, como aquele que carrega o peso da responsabilidade sobre os ombros. Autonomia, esta é a palavra que traduz o resultado do que o indivíduo faz com a genética e os estímulos ambientais que, supões alguns, determinam o comportamento do indivíduo. Este, que não pode ser dividido, indivisível, indivíduo, pois perderia o seu todo, desnaturaria, arruinaria o que o faz ser um Ser Humano.
João Lins
Segundo Secretário

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Relativizando...


Calorosas são sempre as discussões no que se refere à constituição da personalidade. De um lado a genética com seu determinismo biológico, do outro a corrente social com os condicionamentos ambientais. Cada corrente tentando tomar para si a primazia sobre a constituição da personalidade do sujeito. Sujeito este, sempre sujeito. Onde sua única condição enquanto ser biológico e social é a de ser sujeitado. Aqui, as correntes chegam a um ponto de convergência, o sujeito é fruto da interação, sujeição às duas - Genética e Ambiente. Enfim, temos que reconhecer que somos sujeitados e não há nada que mude essa condição. Diante disso, devemos bradar com voz estridente: "liberdade, apesar de determinismo", "autonomia, apesar de dependência". Aqui vale lembrar o que disse o filósofo Sartre: "Não importa o que fizeram com você, o que importa é o que você faz com o que fizeram de você."



Itamar Santos
Bacharel em Filosofia
Membro do GEAPsi

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Personalidade e Marketing: Introdução ao Assunto


Na sociedade em que vivemos, existem fatores que assemelham e outros que diferenciam os indivíduos. Mediante isto, percebemos a importância da Psicologia para descobrir determinados padrões e os desejos dos indivíduos para, através deste estudo, utilizarmos a seguimentação de mercado; que significa atingir o público alvo com características similares, que consumam os mesmos produtos, serviços, etc.
Allan Felício
Estudante de Marketing e Administração
Membro do GEAPsi

sábado, 2 de agosto de 2008

Atividade Participativa Tanto da Genética Quanto do Ambiente na Personalidade


Olá, entrando nessas discussões colocada pelos caros colegas Gênesson e João, me arriscarei a apimentar ainda mais, se é que isso é possível, a última postagem Defesa do Ambiente como Principal Fator de Constituição da Personalidade. Mas antes, quero ressaltar que a nossa personalidade é sim constituída de temperamento e caráter e que "ela" nos assemelha (porque todos nós somos animais racionais) e nos faz diferenciar dos outros (assim como tem mães que doam um rim a um filho que precisa, têm outras que atiram pela janela de um prédio para não ter trabalho nem as chateações de cuidar de um bebê).
Como dito, a genética pode influenciar nosso modo de pensar, agir, interagir, enfim a maneira pela qual nos comportamos. Assim herdamos geneticamente a capacidade de nos adaptar ao meio ambiente, por meio do nosso comportamento. Sabe-se hoje que é possível mapear o genoma humano e caso esse indivíduo tenha uma repetição de quatro seqüências antes de seu gene MAOA indica um comportamento social normal e a presença de três dessas seqüências ocorre em muitas pessoas com comportamento anti-social. Essas determinações é que abrem espaços para as indagações: Será que esses genes são capazes de manipular o comportamento humano e nossa personalidade? Somos apenas amontoados de neurotransmissores, proteínas, genes...? Porém não podemos recair novamente na extinta dualidade Genética versus Ambiente, uma vez que a hereditariedade de determinados genes, não implica em um determinismo de tais comportamentos. Estudos da genética comportamental confirmam a necessidade de um evento ou de estímulos ambientais para que estes se desenvolvam. Podemos citar como exemplo a fenilcetonúria (hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em maiores ou menores proporções, impedindo que o organismo metabolize e elimine o aminoácido, chamado fenilalanina. Este, em excesso no sangue é tóxico, atacando principalmente o cérebro e causando deficiência mental. Mais informações: http://www.techs.com.br/apae/fenilcetonuria.htm) Esta pode ter a sua expressão fenotípica modulada de modo decisivo pelo ambiente, basta alterações na alimentação do bebê para que este tenha uma vida normal. Logo, não concebo a idéia de que todo o movimento do comportamento humano seja fruto da programação de seus genes, visto que o ser humano é constituído por uma interação complexa dos seus genes, desde o momento da sua fecundação e posteriormente com as suas vivências e interpretações das mesmas. Desse modo, o genoma influenciará na personalidade do sujeito, mas as suas experiências infantis (relação com os pais e grupo de pares) terá um forte impacto tanto sobre "a ativação" de determinados genes, quanto na sua personalidade adulta. Para elucidar esta questão vamos partir de um metáfora para explicar a relação "genética X ambiente". Considere o homem como uma folha de papel simples, de um lado o ambiente e do outro sua genética; se furarmos um lado do papel acabamos alterando o outro lado ou furando-o ou marcando-o de algum modo; assim funciona com a nossa genética e o nosso ambiente. Uma modificação em qualquer um dos lados altera o outro, sendo necessária uma sincronia entre ambos para a constituição de uma "personalidade saudável"
Saliento que cabe a Psicologia ter uma visão ampla, científica dessas novas descobertas acerca da genética humana, e não permanecer enraizada nas teorias prontas e moduladas, já que as teorias devem se adaptar às necessidades do homem e não o homem se adaptar à necessidade da teoria; devemos ter uma visão multidisciplinar para compreender, não só explicar, a complexidade do que é "ser" ser humano.

Aguardo controvérsias e confirmações!!!!!

Amanda Falcão
Segundo Presidente

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Defesa do Ambiente como Principal Fator de Constituição da Personalidade

De acordo com as discussões travadas até o momento no GEAPsi, a interação Genética + Ambiente, usando as palavras de um membro do grupo, se dá numa relação de 50% para cada fator supracitado. Como o colega Gênesson Honorato nos mostrou em sua última postagem, através da metáfora utilizada das fôrmas (representando os aspectos Genéticos) e do suco (aspectos Ambientais) que preenche as fôrmas, um fator não pode existir sem o outro. Entretanto, sou um estudante que se atreve a dar maior ênfase ao Ambiente como um fator de maior relevância na interação aqui discutida.
Mas como se pode defender um ponto de vista destes? Bem, de início, é importante frisar que o temperamento possui sim a possibilidade de mudar. É só considerarmos eventos traumáticos. Um evento pode adquirir força tamanha, aplicando uma espécie de choque na massa encefálica, alterando a configuração neuronal, modificando a percepção da realidade e, por conseguinte, a psiqué, a personalidade do indivíduo. Se um evento externo, traumático, pode modificar a organização configuracional da rede neural, acredito que podemos admitir uma mudança na ação genética.
Como se dá uma modificação destas? Os genes atuam no comportamento humano por que eles são responsáveis pela produção de proteínas que acabam por se dividir em funções diversas. Muitos neurotransmissores surgem de precursores da proteína, segundo Michael W. King. Se temos capacidade de mudar a configuração neural, podemos muito bem mudar a produção de neurotransmissores. Imaginemos o controle de produção do neurotransmissor responsável pela ansiedade. É o controle de um comportamento originado geneticamente. É o Ambiente controlando a Genética. Convenhamos, Freud já assinalou que no humano não há instinto, mas pulsões. Justamente por que existem aspectos da motivação humana que perpassam informações vindas do Ambiente e que adquirem coloração diferenciada. Ou, do contrário, agiríamos sempre de forma descontextualizada.
Já que a proposta é discussão, fico por aqui; com a intensão de provocar ainda mais a exposição do conhecimento pelos colegas e membros do GEAPsi - Grupo de Estudos Aplicados à Psicologia.
João Lins
Segundo Secretário

terça-feira, 29 de julho de 2008

Personalidade: discussão sobre a relação Genética + Ambiente


O aprofundamento no estudo da personalidade levou-nos a uma discussão interessantíssima a respeito da sua formação. Isso porque, ao delinear quais seriam os principais elementos formadores da personalidade – Genética + Ambiente – nos deparamos com um dilema no que se refere à hegemonia deste ou daquele fator. Como se pode observar no texto abaixo a dúvida advém da seguinte pergunta: É a genética ou o meio que tem maior importância na formação da personalidade? Diante desta pergunta, e, levando em consideração nossas discussões ingrupo, proponho uma reflexão. Imaginemos que o ambiente seja um líqüido – um suco por exemplo – e que a genética seja uma forminha com formas variadas. Nesta fôrma – genética – estão as possíveis “formas” que se pode conseguir com o suco – ambiente. Vamos agora preencher a fôrma com o suco e levá-la ao congelador. Após congelamento, temos como resultado a combinação líqüido + fôrma, que por sua vez dá origem a formas variadas. Então, sabendo-se que o temperamento é formado desde a gestação até os primeiros meses de vida, e que este corresponde à parte genética da personalidade; e, sabendo também, que o caráter é formado pelo meio, e, diferente da genética, é passível de transformação temos:

Fi+Fm = P

Onde:

Fi= Fator imutável(Temperamento)

+

Fm= Fator mutável(Caráter) =

P= Personalidade

A genética traz consigo formas inalteráveis. Portanto o ambiente influencia até onde a genética permitir, não podendo este – o ambiente – modificar o temperamento – genética. Em suma, só haverá as formas que estiverem pré-dispostas na fôrma - genética. Por exemplo: se não há na fôrma o desenho de uma estrela, obviamente não se poderá obter uma estrela, e assim sucessivamente. Então, se há uma pessoa calma em um ambiente agitado, e, uma pessoa agitada num ambiente tranqüilo é porque o fator genético não permitiu que o ambiente atuasse de maneira a moldar o indivíduo ao seu jeito. [continua...]

Esperamos que com esse exemplo tenhamos podido explicar de modo satisfatório o que estamos construindo acerca da relação Genética + Ambiente. Esperamos estar indo na direção certa, caso não estejamos, estamos prontos para recomeçar. Para saber se estamos ou não na direção correta precisamos de sua opinião. COMENTE!!

Gênesson Honorato
Primeiro Presidente

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Personalidade: Discussões Outras

Dando continuidade aos avanços teóricos frutos de discussões elaboradas ainda no primeiro encontro e somados ao segundo, afirma-se a necessidade ímpar de levar em conta a interação entre fatores Genéticos e Ambientais para a compreensão do fenômeno humano. Cabe, aqui, ainda, a diferenciação da concepção leiga da científica. Vejamos: o leigo costuma falar de "grandes personalidades" enfocando aspectos isolados da Personalidade, construindo juízos de valor sobre o indivíduo. Este foco se realiza, comumente - como fora discutido no segundo e terceiro encontros do GEAPsi -, dando ênfase a algum aspecto do caráter (estrutura mutável da Personalidade). Assim, toma-se a parte pelo todo, minimizando a compreensão do indivíduo. Entretanto, a Psicologia - ou seria "Psicologias"? - conseguiu isolar os aspectos estruturais básicos da Personalidade enfocando o Temperamento - como aquele que faz relação direta ao orgânico, biológico, genético - e o Caráter - como aquele que é mutável, construído socialmente. Porém é-nos necessário dizer que o Temperamento também é passível de mudança, mais lenta, é verdade, mas considera-se algo possível e que abrange questões de cunho mais profundo, uma vez que leva em consideração a mudança real de aspectos biológicos. Mas essas questões merecem aprofundamento antes que se publique algo a respeito.


João Lins
Segundo Secretário

terça-feira, 22 de julho de 2008

Música tema de Weeds (Série da SHOWTIME)

VEJA COMO SOMOS "IGUAIS" SEM NOS DAR CONTA. ONDE SE APOIA A PERSONALIDADE? (Leia o texto, veja o vídeo e comente!!)

Caixinhas na encosta do morro,
Caixinhas feitas de ticky-tacky,
Caixinhas na encosta do morro,
Caixinhas todas iguais.

Há uma verde e uma cor-de-rosa,
E uma azul e uma amarela,
Todas elas feitas de ticky-tacky
E todas tão parecidas.

E as pessoas nas casas...
Todas vão a Universidade,
E todas elas foram encaixotadas,
E todas elas revelaram-se.

E há médicos e advogados,
E executivos,
E todos eles foram feitos de ticky-tacky
E todos eles revelaram-se tão parecidos.


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Personalidade: Discussões Preliminares




No primeiro encontro do GEAPsi, uma controvérsia foi posta em evidência: A Personalidade é fruto do Natural/Genética ou do Ambiente/Meio Social? Após longas conversas e argumentações de ambos os lados, uma proposta foi levantada. Poderemos entender melhor o humano se o encararmos como um ser total. Em outros termos, uma noção sistêmica do Ser Humano é a forma mais completa que temos para encarar esse fenômeno extremamamente complexo que é o comportamento humano e sua base subjetiva. Note-se que esta é uma discussão introdutória, uma vez que não poderíamos dar prosseguimento a uma discussão deste nível sem construir um substrato sólido. A imagem escolhida para ilustrar esta postagem se baseia nesta noção de todo que podemos - e prosseguiremos neste intento - usar como mola-mestra para nossa construção teórico-prática de estudantes de Psicologia/Formação de Psicólogo ou Psicóloga. Mas o que significa essa concepção do humano? É entendê-lo como fruto da interação entre Genética e Ambiente. Usando uma alegoria vinda após as discussões, é vê-lo como uma sala escura que possui um interruptor(aspecto fixo, genético) e que posso ou não ligá-lo(fatores ambientais presentes ou ausentes). Assim, o ambiente vem como ativador de uma tal possibildade genética. Mas continuo na dúvida: Se o ambiente é quem ativa o genético - no humano - o que é mais importante nesta relação?


João Lins
Segundo Secretário

Por que Personalidade?

Muitos dos membros do grupo são estudantes de Psicologia (temos também estudante de Filosofia, Teologia e Marketing). Aqueles, da Psicologia, sentiram a existência de uma fenda no tocante à personalidade, a presença de uma ausência de conteúdo nesta área. Partindo desta falta firmou-se o compromisso (depois de discussão entre todos os membros) de estudar no semestre 2008.2 a Personalidade. Assim, temos;

- Objetivo Geral

Compreender a aplicabilidade do conceito de personalidade na clínica.

- Objetivos Específicos

- Identificar o conceito de personalidade;

- Identificar a estrutura da personalidade;

- Identificar a personalidade nas diversas abordagens teóricas (TCC, Psicanálise, Sócio-Histórica);

- Personalidade e clínica (dentro das abordagens: TCC, Psicanálise, Sócio-histórica e outros).

E agora?



Realizado o sonho da formação do grupo de estudos, surgiram dúvidas no que se referia à dinâmica de funcionamento das atividades. O que fazer? Estudar temas variados a cada reunião? Estudar um tema por ano? Ou estudar um tema por semestre? Essas e outras dúvidas vieram devido à inexperiência com relação à formação de um grupo de estudos. Depois de muita deliberação, o GEAPsi – Grupo de Estudos Aplicados à Psicologia, decidiu por estudar um tema por semestre e elegeu a Personalidade como ponto de partida das atividades.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um Grito de Realização!!!


A cada etapa que passamos dentro do curso de Psicologia, percebemos quão complexo e vasto é o campo de estudo da psique humana. Esta afirmativa sustenta-se no número extenso de possibilidades do sujeito diante da realidade. A mente humana, dotada de uma universalidade ímpar, faz-nos sentir pequenos e inábeis para lidar com uma ciência que se propõe a dar conta dessas variáveis.
Diante da realidade que se apresenta, e, tendo em vista a busca sempre mais completa e genérica de tais teorias que abarcam o estudo da mente humana, que no dia 06 de junho de 2008, durante a IV Jornada de Psicanálise realizada no auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC, alunos do curso de Psicologia – estando estes no V semestre – decidiram corajosamente pôr em prática um sonho que, há um bom tempo, fazia-se presente em suas mentes: criar um grupo de estudos em Psicologia.
Este grupo se funda na implacável necessidade de constituição rica de um profissional psicólogo. Tal riqueza deve-se pôr em paralelo à complexidade do fenômeno humano; do contrário, pouco se pode fazer nesta ciência. Parece-nos que um aporte teórico profundo é fruto de profundas discussões, fluindo para uma forte base de trabalho do profissional. É, pois, sobre esta crença, que se constrói este grupo de estudos.
Convidamos os colegas interessados a fazer parte de um grupo que não tem como meta a obtenção da tão buscada “NOTA”. Mas sim, em busca de algo muito mais saboroso e convidativo, o CONHECIMENTO, tão valorizado na sociedade contemporânea. A busca do conhecimento é, em linhas gerais, o caminho mais curto para o êxito profissional, a porta estreita que nos leva à glória.

Venha com a gente!!!
Você é nosso convidado.