sábado, 2 de agosto de 2008

Atividade Participativa Tanto da Genética Quanto do Ambiente na Personalidade


Olá, entrando nessas discussões colocada pelos caros colegas Gênesson e João, me arriscarei a apimentar ainda mais, se é que isso é possível, a última postagem Defesa do Ambiente como Principal Fator de Constituição da Personalidade. Mas antes, quero ressaltar que a nossa personalidade é sim constituída de temperamento e caráter e que "ela" nos assemelha (porque todos nós somos animais racionais) e nos faz diferenciar dos outros (assim como tem mães que doam um rim a um filho que precisa, têm outras que atiram pela janela de um prédio para não ter trabalho nem as chateações de cuidar de um bebê).
Como dito, a genética pode influenciar nosso modo de pensar, agir, interagir, enfim a maneira pela qual nos comportamos. Assim herdamos geneticamente a capacidade de nos adaptar ao meio ambiente, por meio do nosso comportamento. Sabe-se hoje que é possível mapear o genoma humano e caso esse indivíduo tenha uma repetição de quatro seqüências antes de seu gene MAOA indica um comportamento social normal e a presença de três dessas seqüências ocorre em muitas pessoas com comportamento anti-social. Essas determinações é que abrem espaços para as indagações: Será que esses genes são capazes de manipular o comportamento humano e nossa personalidade? Somos apenas amontoados de neurotransmissores, proteínas, genes...? Porém não podemos recair novamente na extinta dualidade Genética versus Ambiente, uma vez que a hereditariedade de determinados genes, não implica em um determinismo de tais comportamentos. Estudos da genética comportamental confirmam a necessidade de um evento ou de estímulos ambientais para que estes se desenvolvam. Podemos citar como exemplo a fenilcetonúria (hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em maiores ou menores proporções, impedindo que o organismo metabolize e elimine o aminoácido, chamado fenilalanina. Este, em excesso no sangue é tóxico, atacando principalmente o cérebro e causando deficiência mental. Mais informações: http://www.techs.com.br/apae/fenilcetonuria.htm) Esta pode ter a sua expressão fenotípica modulada de modo decisivo pelo ambiente, basta alterações na alimentação do bebê para que este tenha uma vida normal. Logo, não concebo a idéia de que todo o movimento do comportamento humano seja fruto da programação de seus genes, visto que o ser humano é constituído por uma interação complexa dos seus genes, desde o momento da sua fecundação e posteriormente com as suas vivências e interpretações das mesmas. Desse modo, o genoma influenciará na personalidade do sujeito, mas as suas experiências infantis (relação com os pais e grupo de pares) terá um forte impacto tanto sobre "a ativação" de determinados genes, quanto na sua personalidade adulta. Para elucidar esta questão vamos partir de um metáfora para explicar a relação "genética X ambiente". Considere o homem como uma folha de papel simples, de um lado o ambiente e do outro sua genética; se furarmos um lado do papel acabamos alterando o outro lado ou furando-o ou marcando-o de algum modo; assim funciona com a nossa genética e o nosso ambiente. Uma modificação em qualquer um dos lados altera o outro, sendo necessária uma sincronia entre ambos para a constituição de uma "personalidade saudável"
Saliento que cabe a Psicologia ter uma visão ampla, científica dessas novas descobertas acerca da genética humana, e não permanecer enraizada nas teorias prontas e moduladas, já que as teorias devem se adaptar às necessidades do homem e não o homem se adaptar à necessidade da teoria; devemos ter uma visão multidisciplinar para compreender, não só explicar, a complexidade do que é "ser" ser humano.

Aguardo controvérsias e confirmações!!!!!

Amanda Falcão
Segundo Presidente

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