quarta-feira, 23 de julho de 2008

Personalidade: Discussões Outras

Dando continuidade aos avanços teóricos frutos de discussões elaboradas ainda no primeiro encontro e somados ao segundo, afirma-se a necessidade ímpar de levar em conta a interação entre fatores Genéticos e Ambientais para a compreensão do fenômeno humano. Cabe, aqui, ainda, a diferenciação da concepção leiga da científica. Vejamos: o leigo costuma falar de "grandes personalidades" enfocando aspectos isolados da Personalidade, construindo juízos de valor sobre o indivíduo. Este foco se realiza, comumente - como fora discutido no segundo e terceiro encontros do GEAPsi -, dando ênfase a algum aspecto do caráter (estrutura mutável da Personalidade). Assim, toma-se a parte pelo todo, minimizando a compreensão do indivíduo. Entretanto, a Psicologia - ou seria "Psicologias"? - conseguiu isolar os aspectos estruturais básicos da Personalidade enfocando o Temperamento - como aquele que faz relação direta ao orgânico, biológico, genético - e o Caráter - como aquele que é mutável, construído socialmente. Porém é-nos necessário dizer que o Temperamento também é passível de mudança, mais lenta, é verdade, mas considera-se algo possível e que abrange questões de cunho mais profundo, uma vez que leva em consideração a mudança real de aspectos biológicos. Mas essas questões merecem aprofundamento antes que se publique algo a respeito.


João Lins
Segundo Secretário

4 comentários:

Anônimo disse...

Dúvidas em relação ao caráter: um exemplo eu tenho filhos e educo em um ambiente que tenha drogas como em uma favela, poderá prejudicar o caráter deles ou não?

Apaixonado por Conhecimento disse...

Micheline, numa perspectiva total do ser humano, podemos dizer que o ambiente influi ativamente na construção do caráter. Porém, tentando ser mais didático, é importante considerar o tempo de exposição do indivíduo aos estímulos ambientais que preocupam a mãe. Por exemplo, se apesar de a mãe educar um filho mostrando a ele que drogas (uso e comércio) somente tem aspecto negativo, e ele convive mais tempo num ambiente que diz que drogas possuem mais aspectos positivos que negativos, ele muito provavelmente introjetará valores que apoiam o uso e comércio de drogas, apesar do que a mãe diz. Por outro lado, para que o filho, depois de sua segunda infância (idade escolar inicial) possa mudar de conduta é necessário que ele se identifique o indivíduo que traz o discurso de drogas como algo positivo e essa identificação vai depender de fatores que somente uma análise pode fazer vir à superfície.

Anônimo disse...

O Temperamento você nasce com ele ou é herdado dos pais? Por que um exemplo: uma filha herda do pai o "nervoso" e o filho herda da mãe a paciência eu quero entender mais sobre isto, obrigada.

Grupo de Estudos Aplicados à Psicanálise disse...

Amigo(a), não é bem assim que acontece. Nós, não herdamos isso ou aquilo do pai ou da mãe. Digo, não significa necessáriamente que herdamos um temperamento moderado ou agressivo do pai ou da mãe. Na verdade a bagagem genética que trazemos é uma combinação de genes que resulta numa nova constituição. Ou seja na combinação entre B+C=D. Em resumo são duas coisas que dão origem a outra.